quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Stop! O Karma é lixado


 
“Há coisas que sabemos, há coisas que não sabemos, e no meio temos as portas da percepção” Aldous Huxley, em Admirável Mundo Novo

A percepção é hoje o nosso karma. E o karma é lixado como li algures:
-“Um iceberg afundou o Titanic. -Hoje o aquecimento global está a derreter os icebergs…”

Se calhar, de uma galáxia qualquer, uma civilização avançada, pegou numa caixinha (que pode ser a de Pandora) e atirou a estrutura molecular, o ADN, para fazer uma experiência.

Mas mandaram a versão rascunho.
Ou a correcta, para fazerem uma experiência.
Seremos assim, uma experiência científica de seres vanguardistas. Uns rascunhos em evolução. Um dia seremos arte. Obras de arte.
Agora somos umas obras de arte miseráveis.

Cresci a ouvir o meu avô contar-me histórias. A moral, a filosofia, a ética, a honra, a decência e finalmente os costumes, eram as suas favoritas.
Dizia-me por exemplo, que a sua palavra valia mais do que uma escritura.
Hoje, nem a escritura vale pela palavra assinada. Pode ser desdita. Às vezes até se assinam escrituras com a intenção de as vir a desdizer.
E a desdita, a palavra, não vale um caracol.
Coitado do caracol, cuja vida coerente e simples eu respeito.
E é tudo não só legal, como correcto, como para bem de todos. E honrado. Dizem.
E não se passaram séculos desde que eu ouvia o meu sábio avô.

Hoje como ontem como tantos iguais a mim, sento-me muitas vezes a ouvir, a observar e a pensar o mundo.
O que há por aí. O que não ouço. O que não vejo.
A ouvir o que os outros não dizem. Ou o que não fazem.
O que eu não digo. Ou o que não faço.
Ou o que faço e não é coerente com o que digo. Como acontece com os outros que hoje observo.
Incoerente com o que pensam, sentem, fazem e dizem.

Nos nossos dias vivemos cada vez mais, através das percepções, toldadas, sobre as situações.

Não a verdade, não o que é certo e justo para o bem comum. Não a coerência, mas a percepção do que o nosso juízo constata sobre realidades.
É mais importante aquilo que parece, do que o que é na realidade.
Realidade esta que é percepcionada consoante os óculos que usarmos. Do tipo de pessoa que somos. De um código genético.

Vejam-se os políticos por exemplo. Ou melhor, estas marionetas acéfalas, sem moral e sem sentimentos. Com falhas no ADN.
Nunca tiveram avós que lhes contassem histórias talvez. E vão-se multiplicando como pediu um certo salvador.

Vejam-se os homens-rascunho, que detêm o poder, manipulam realidades e as suas percepções.
E as interpretações que fazem das realidades. As suas percepções da verdade, como eles a entendem.
Com lentes oculares de contrafacção.

O meu avô era coerente. Muitos homens o são. Felizmente. Sobretudo porque as suas percepções sobre a realidade foram, são e serão vistas por óculos de lentes transparentes. Aí somos de facto, infinitos.

Como num jogo de "suponhamos". Mesmo que a realidade destes homens seja percepcionada pela sua visão sobre a realidade. Da honra por exemplo:

Os homens da Máfia são coerentes. Se eu fosse um Don qualquer ou Al Capone, em nome do código de honra, matava quem não honrasse compromissos com a organização. Sejam eles quais forem. Por uma falha no pagamento das grades de whisky na lei seca, ou porque engoliu a cocaína e quer ir dar com a língua nos dentes. Ou porque traíram. O karma anda a lixá-los.

Em nome do código da honra deles, se eu fosse um destes políticos que bem conhecemos, ou seja uma destas marionetas doentes, e quiser subir na vida, ganhar dinheiro, ter poder, ou tudo aquilo que percepciono ser o poder, ligo-me a um partido, uma sociedade de advogados que fazem leis para o parlamento, uma sociedade secreta, a empresas que manipulam as consciência social ou detêm poder económico. 
Em nome da honra dos favores, da venda da alma.
O karma ainda os vai lixar.

Em nome do código de honra deles, se eu fosse Truman e/ou Roosevelt, pode-me interessar vender a percepção de que tenho poder ilimitado. De que tenho domínio mundial. Tal como hoje se começa a falar e a escrever, sobre Nagasaki e Hiroshima. O karma lixou-os.

Em nome do código de honra dele, se eu fosse o imperador do Japão, por já não ter mais recursos, mas sobretudo para não ser julgado pelos horrores cometidos e para os quais quero perdão, compro a percepção de levantar o lenço branco. Depois das bombas. O karma lixou-o.


Neste momento a radioactividade de Fukushima já está a atingir e a contaminar o ar e as terras e, a matar com doenças, na terra do tio Sam. Digam se o karma não lixa…

Em nome do código de honra dele, se eu fosse Pilatos, com poderes para administrar, julgar, condenar, executar, controlar, manipular e sacrificar quem desobedecesse e por fim, mesmo sabendo que Jesus estava inocente, mas para salvar a minha carreira politica, pedisse uma taça de água, lavasse as mãos e o mandasse executar, saindo finalmente impune, estaria a ter contacto profundo com a percepção do meu código. O karma lixou-o.

Outro houve que decidiu que um determinado tipo físico e exterior da raça,era o único com direito a existir. Outros em pontos diferentes do globo, decidiram descontinuar milhões de vidas supérfluas...segundo as suas percepções. 

Em nome dos seus códigos de honra, a História da humanidade tem milhares de exemplos vindos de gente sem consciência. Com as percepções desviadas e toldadas. Sem honra.
Estes são apenas alguns. Da antiguidade aos nossos dias.
  
Para alguns, este é mais um tempo da História para mascarar a realidade. 
De manter as mentiras. De não querer transparência. De manter escravos. De servir os seus interesses, a sua inveja, a sua ganância, a sua sede de poder. Dos roubos descarados.
Do tempo de virar o polegar para baixo. Do tempo de servir os leões famintos.

Tempos da falsa crise e da falsa austeridade. 
Tempos da autêntica ausência de honra, da autêntica crise de verdade e justiça.

E depois, para cúmulo e sem pudor, serenamente pedem taças de água para lavar as mãos.
Segundo os seus códigos de honra. Da falta dela. 

Ou da falta de genes, de um código maior.

James Watson,geneticista, prémio Nobel por ter descoberto a estrutura do ADN diz-nos que esta descoberta, nasceu “do nada para qualquer coisa”.
Uma estrutura com um código.
“Todos no nosso genoma, perdemos um gene ou ganhamos outros, daí sermos imperfeitos e podermos ficar doentes“. Ou pior. Se perdermos muitos.

A estudar a evolução humana, uma equipa de cientistas inicialmente rejeitou partes do ADN chamando-lhes “junk-dna ou adn-lixo” porque o seu código ainda não está entendido. Até pode ter vindo de outra galáxia. Para ser lixado.

Quem sabe? Pode ser também uma porta de percepção.

É minha percepção de que a realidade que estamos neste momento a atravessar, com um grupo de sociopatas, como na antiga Roma, sentados a observar o mundo a arder, talvez esteja a acontecer, porque esta experiência é para falhar. O código tem falhas.
Houve um engano e somos “junk”.Lixo.

Como nas experiências científicas, teoria, tentativa de experiência e bang! Descoberta, ou big…erro.

Neste rascunho que andamos a fazer, temos todas as armas apontadas para nós próprios.
Andamos a lixar isto tudo. O karma só tem de esperar pela lei da acção-reacção.

É minha percepção também, que se podemos aparecer em poucas horas, vindos do nada, ou até fazer enormes descobertas sobre nós, também podemos desaparecer, em poucas horas. Todos. Big Bang!

Entre percepção, ficção e realidade, talvez nos tenha calhado o código da sequência com as maiores imperfeições.
A errada.

Se não fizermos nada para alterar, por uma versão melhor, e, acho que podemos, dizem que o karma pode-nos lixar. Ou quero sair do jogo.
Porque só há uma honra, a de pertencer à Humanidade e lutar pela sua honra. Para alguns, é bom. É um karma.

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