segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Na espuma dos nossos dias

São os loucos os únicos optimistas, porque se recusam a embarcar na loucura dos que se acham sãos. Não consigo ser parecida com normal por mais de 2 minutos. Depois canso-me.

Ler noticias sobre a fome em Portugal, ouvir o absurdo comedor de bolo-rei, às manobras de guerrilha que vêm dos Palop, aos yes we can´t (anymore) do lado de lá do Atlântico, esgota-se-me a criatividade para reflectir.
Como um título de um livro de Mia Couto, este também é o “país do queixa-andar”. Só.

Só o Jerónimo gritou igual ao Geronimo apache: “não ter medo de levar porrada”. Parece-me que já só falta aquela física.

Por ser louca e optimista é que me acoberto também com lirismos e utopias. Daqui vem-me o calor e a felicidade com que todos os dias aconchego a minha alma e alimento o meu caminho.

Para me libertar de bactérias ou virús que me infectam, por olhar os rostos obscuros, poeirentos, chuvosos, e invernosos dos que causaram e causam, a fome que acontece com o meu vizinho, a minha amiga, o desconhecido do prédio ao lado, do viajante no barco que liga uma margem a outra, de um rio de face menos poluída, do que os habitantes do terreiro com um paço formado por arcos.

Dizem que quanto maior a luz mais atrai as trevas. Porque estas últimas precisam de se alimentar.

Não seria louca o suficiente se não deixasse o pedido de retribuição do amor deles, com o universo, quem sabe a uma civilização na via láctea, bem mais avançada que nós:
Liguem os vossos holofotes em modo turbo. Que a luz os atraia e sugue.


Porque há muito que fui por eles sugada e infectada. Geronimo o apache, lutou e quando foi capturado tornou-se um prisioneiro de guerra o resto da vida, mas não se rendeu. Vou fazer como ele. Só me resta dar porrada. Como aconselhou o Jerónimo.

Carreguem que vamos deixar de aguentar. Aí vai alho...

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