sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O estado sou eu! Diz o sócio Sol.



Na espuma dos nossos dias

Quando se faz um Estado a organização é simples. Cada sócio, desculpem contribuinte, paga proporcional ao que produz na sua actividade e tem direito aos serviços que o Estado proporciona: educação, saúde, justiça, segurança e umas lojas do cidadão que fez com o dinheiro que sobra.

Por uma questão de solidariedade, cada um dá o equivalente a um bilhete de futebol, para ajudar os que menos têm. E nasce a Segurança Social. O sócio, desculpem o contribuinte, faz um contrato com o clube, desculpem, com aqueles que elege num momento solene em que se finge a democracia.  Nesse momento em que o jogo vai ao rubro, ou azuleja tanto faz. Hoje o jogo anda viciado.

O sócio contrata com o clube para que este lhe guarde uma poupança enquanto trabalha. Para quando chegar a idade de só assistir aos jogos e antes de morrer, o sócio, desculpem o contribuinte, poder ir já de fraldas, passar uma temporada na Fuzeta.

O clube, desculpem, o Estado, pode e deve fazer acordos com outras organizações e instituições para facilitar, defender e melhorar a vida dos sócios. É esse o grande objectivo da humanidade, desculpem do campeonato. Ganhá-lo.
Foi esse o contrato, desculpem a Constituição que jurou defender.

Todos os arranjinhos, vícios, negócios, promiscuidades e pornografias são quebra do contrato com direito a julgamento e punição. Muito simples.

Quando o clube está em incumprimento, os sócios saem à rua para dizer que assim não pode ser.
Sem levar porrada só por refilar, por quem também os jurou defender.

E eles, do clube, desculpem do Estado, têm de sair e ponto. O poder não é deles, é dos sócios que pagam quotas.
E se lesam o clube, respondem perante a justiça. Simples. Numa sociedade de macacos com pelos. Nós, já os perdemos. E sentimo-nos presos ao jogo. Mas basta invadir o campo para tudo acabar.

Ontem mais uns sócios saíram à rua para gritar a sua fúria. Só conseguiram repugnar uma sócia que mora perto do estádio onde se jogam as vidas dos mesmos. Acho que fizeram barulho o que incomoda sempre a sócia e é aborrecido.

Se eles tivessem actuado como já fizeram antes, identificavam os meliantes e agarrados por um bracinho, o jogo tinha acabado ontem. Com uma festa no Marquês.
Para começar outro jogo novo, com novas regras, não viciado como este está.

Ando desde há muito a fazer barulho e hoje deixo silenciosamente um apelo à solidariedade do clube público do qual sou sócia, o estado a quem me dirijo:
se também pagas a dívida privada ao BPN do presidente do meu clube de futebol, paga também a que tenho com o meu banco. E a de todos os outros sócios. Mando já o meu nib.

Cheira-me sem precisar de pó, que devem ter aparecido umas cabeças de cavalo nas camas de alguns dos intervenientes.   
Estou com verdete por mais este negócio entre tantos outros. No relvado que é deles, com o dinheiro que é dos sócios. E nem no Natal vou ter o Jesus nas palhinhas deitado.

Um link com Peter O´Toole e Sofia Loren em D.Quixote de la Mancha. The impossible dream. Que eu ainda sonho.

https://www.youtube.com/watch?v=RfHnzYEHAow

 

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