sábado, 1 de março de 2014

Crónica do lançamento do livro "Traços de momentos e viagens"



"Eu tenho muitos irmãos e nem os consigo contar, e uma irmã muito formosa que se
chama liberdade".
Um momento sem guião, sem rede, improvisado.
Planeado com amor mas sem ensaio. Do rascunho fez-se apresentação. De um livro. Numa viagem belíssima. De entrega e partilha.
Que vou guardar para o resto da minha vida, como um dos dias mais felizes que faz de mim uma pessoa mais rica. Por ter recebido a vossa energia de amor. Dos meus artistas e dos meus convidados amigos.
No amor o coração é o orgão que gera essa energia. E bastou-me deixá-lo falar quando aconteceu o momento. Espero ter estado à altura de vos merecer.
Fui importada para dentro de vocês, tenho a certeza, e, por isso sinto-me importante.Daí vem esta palavra.
Podemos ter vidas curtas porém temos a obrigação de não a tornarmos pequenas.
A cultura, as várias artes:literatura, musica, poesia, dança, canto, peças de bijouteria e a arte de fazer rir estiveram representadas. As artes estão vivas e de boa saúde. Vindas de mãos,mentes e corações maravilhosos. Estão nas melhores mãos. De gente de talento.

Quando eu não puder mais escrever...ficam as minhas letras
deixo um pedido final...não deixem as letras morrer... 

Com a enorme cortesia do Hotel Real Palácio a tribo foi recebida com um cocktail com “peaners”.
A viagem abriu com as palavras do meu irmão Réne num texto delicioso convidando os passageiros/convidados a entrar no longo curso que foi a apresentação. Ele sabe usar as palavras e comunicar. Ficámos logo cedo com o cinto apertado. Os "peaners" estavam servidos. Adorei
(crew on deck  doors closed)
Amigos,
A Comandante Simões Ferreira e a sua tripulação dão-lhes as Boas Vindas.
Esta nossa viagem terá aproximadamente a duração de uma hora, e qualquer semelhança com a apresentação de um livro, será pura coincidência.
Pedimos que desliguem ou silenciem os vossos telemóveis, não apenas para não perturbar a apresentação, mas também para nos poupar às Rhiannas, às Ladies Gagas e a outros toques de gosto duvidoso.
Não será permitido fumar, mas se tiverem por aí umas ceninhas para rir, falamos no fim... lá fora.
Durante a viagem, não vale a pena chamarem pela hospedeira que é surda e apenas uma, porque isto é um voo low-cost e não havia dinheiro para mais contratações.
Este espaço tem apenas uma saída pela retaguarda, exactamente aquela por onde entraram.
Definitivamente, e em caso de despressurização, não vão cair máscaras sobre as vossas cabeças porque estamos nisto de cara lavada.
Também recusamos o uso de coletes de salvação por muito divina e redentora que o Francisco no-la faça crer.
Durante a viagem, não será servida qualquer refeição porque detestamos o barulho de mastigar de boca aberta e porque, como diria o Jota das madeixas, isto para nós é ... “PEANERS”.
O destino... é aquele que cada um traçar para si próprio e as escalas são muitas, num esforço colectivo desta tribo, para tornar colorida a viagem...
Não distribuiremos mantas nem almofadinhas, porque queremos tê-los atentos do princípio ao fim da viagem e não queremos assistir àquele momento constrangedor de vos ver meter a manta na mochila à “sucapa” da tripulação.
Desejamos que façam uma boa viagem e esperamos voltar a vê-los em breve nas nossas linhas aéreas.”
Um must. Adorei.

A minha Tê, mãe da minha neta Alice, presente e estoicamente andando de mão em mão com apenas 2 meses, ofereceu-me as peças de arte que usei no pé e ao pescoço. É preciso ser uma brilhante artista para conceber aquelas peças. Gabadas a todo o momento. Eu, adorei servir de modelo!

A arte da minha querida Patricia abriu as lágrimas do voo. De tantos nos rirmos. A contar momentos reais recheados de humor vindos de uma açoreana maravilhosa que tem um talento ainda por lançar. Não é possível descrever, só vendo e ouvindo. “Cada vez que ela (eu) parte em mais uma viagem mando as minhas tias acenderem todas as velinhas de S.Miguel”. Adorei.

O meu filho Guilherme em substituição do meu filho Francisco que partilho com a minha amiga Isabel, apanhado de surpresa, disse maravilhosamente Ítaca, o poema sobre a viagem de Ulisses de Homero, poema esse que me foi oferecido num dos meus regressos à minha Ítaca, esta terra de pouca terra e pouca gente mas com muito talento. Adorei

A minha querida Anoka encheu o palco com a arte da dança oriental num momento de beleza rara, refinada e suave, com uma expressão musical através do corpo como só ela transmite. Adorei.

Os meus filhos Guilherme e Robalo numa surpresa teatral representaram o lançamento de um livro, literalmente. Sem ensaios,improvisado e cheio de humor e simbologia. Como só 2 actores talentosos e ricos em emoções conseguem transmitir. Adorei.

O meu querido escritor e actor Rui Calisto, falou e disse. Que eu sou irmã dele! Isso basta-me. É um homem que sabe comunicar por palavras o que lhe vai na alma e eu agradeço por isso. Adorei.

A minha sobrinha Yara e a minha prima Marta cantaram “não deixe o samba morrer” com o desafio das minhas palavras sobre mudar a palavra “samba” para “palavras”. A Yara tem uma voz doce,melódica, potente. Pertencerá brevemente aos talentos grandes da música. A Marta dedicou-me palavras de amor e cantou. As duas encantaram. Adorei.

O meu filho Pedro levou um piano (uma surpresa maravilhosa) e o meu amigo Eduardo Jordão mesmo doente, foi tocar acompanhado do Gui no pandeiro. Cantou “Sara” do álbum que está prestes a lançar.Atentem no nome.Ele é brilhante,maravilhoso e um imenso talento.Adorei.

Os Le Chat Pingad (Miguel,Tiago,Pedro e Gui) tocaram 2 temas lindos.Fecharam com “all of me” um clássico e toda a gente se envolveu no abraço da música e dos talentos destes jovens músicos. São muito bons, cada vez aprecio mais as suas qualidades. Adorei.

Os meus filhos Vanda, João Pedro,Lourenço,Diana,Gui,Tê e a actriz Isabel Martins foram convidados a ler excertos do meu livro. Não aconteceu porque chegámos ao destino.

Do livro falei eu, um pouco só. Como ali cheguei e como fui influenciada pelas artes desde tenra idade pelos meus avós, grandes na sua imensa cultura e talentos. Semearem e deu frutos.
Na influência que recebi dos meus pais, da família de sangue e dos amigos. Agradeci e agradeço hoje mais tranquila,sem os nervos próprios de quem não sabia o que ia acontecer nem como, sem mapa nem gps. Agradeço o quanto todos me são caros e preciosos. E importantes, porque os importei a todos para dentro do meu coração. Aos que estavam e os que não estavam mas sei que estavam.Tentei não me esquecer de ninguém,mas provavelmente isso aconteceu e peço desculpa.

Os meus traços são as minhas visões e aventuras por esse mundo fora, que espero que vos divirtam e aligeirem o espírito.

Às minhas várias tribos de Santo André/Tróia/Santiago do Cacém, Lisboa, Algarve, Porto, Coimbra, Aveiro, espalhados pela restante Europa, África, Ásia,Brasil,América Latina e Austrália, reunidas numa única tribo, obrigada.

Aos meus muitos irmãos que não consigo contar e, uma irmã muito poderosa que se chama Liberdade. Que um dia vai chegar.

As manifestações de artes estão de parabéns através dos talentosos artistas que ontem partilharam traços de quem são. Por mim. Sem esta gente linda a jam não tinha acontecido assim desta forma: perfeita.

Pelas manifestações de carinho que me vão chegando, foram um sucesso. Todos recebem paletes de elogios. Merecidos. O lançamento foi por isso um sucesso. O livro foi apanhado e começa a ter também, elogios. E eu fico assim, desmilinguida. Por tudo e por todos.
Um profundo agradecimento a quem esteve e a quem esteve mesmo não estando.

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