domingo, 26 de outubro de 2014

Desigualdades

Sou átomos de todos
todos têm moléculas de mim
Pertenço a tribUs em cada lugar
de cada coração que abraça o meu


Cem anos se passaram
Da primeira guerra que colocou o mundo
Na senda das desigualdades
Combatem,perdem a vida, deixam milhares de órfãos e viúvas
Para que outros homens, iguais a todos nós, mas previligiados porque o casaco que vestem é feito do algodão colhido pelos escravos, vivam ricos
Deixando aos que morrem as sobras sintéticas para vestir. Estes são os que morrem e deixam órfãos,viúvas e mães de luto
Estamos cem anos mais sábios?

As desigualdades cem anos depois, não se desfizeram nem estão esgaçadas pelos panos comidos pelo tempo,
Aguçam-se
Gritam-nos nos rostos dos desprotegidos, dos que ainda perdem a vida!
Mas não as encaramos…
Discutiram-se as fronteiras ao belo poder do prazer do ego dos machos alfa. Uma disputa de territórios.
Sem nunca consultar as mulheres. Apenas existem na transparência,
Eles, os homens, morrem em nome do ego de quem comanda as guerras para…perder
Elas, as mulheres submetem-se aos egos que inventam as guerras para… perder
Cem anos se passaram, e entre guerras e desigualdades, o mundo cresceu
Tornámo-nos muitos. Mas menos sábios.
As mulheres esqueceram e dão mais filhos à terra.
Continuam em guerra como se nunca a primeira tivesse tido fim,
em nome dos recursos para os donos do algodão colhido pelos escravos.
Os muros, as barreiras, as cercas e as desigualdades para proteger os que vestem o algodão colhido pelos escravos, cem anos mais velhos,
são ainda mais altos e resistentes.
Vejo-os da minha casa, na minha janela, na beira do meu passeio, no arame farpado que me separa dos meus irmãos
E de uma vida digna
em nome do nada…no vazio que vem das mortes sem justiça
Como se as notas numa partitura de jazz tivessem sido mal combinadas e mal usadas:
-Como se tivesse caído pelas escadas e todos os instrumentos de desafinassem em simultâneo e se tornasse  impossível improvisar.
Numa jam session catastrófica e desamparada.
Somos uma espécie desamparada.
Inventámos o fogo para nele nos consumirmos.
Cem anos de instrumentos desafinados e despidos de partituras.
Onde improvisar para nos levar pelo caminho da nossa essência, a liberdade, estivesse recheado de armadilhas e minas anti-pessoais.
Como se a guerra, começada há cem anos não tivesse terminado…
E eu, todos nós…continuamos a perder guerras…sem número
Somos o meteorito que despejou os dinossauros do planeta,

somos todos os soldados zombies aparecidos por entre o fumo de uma batalha, nas trincheiras da primeira Guerra,
somos todos os que lá deixaram a alma e o sangue. Em todas as guerras.
Em todas as desigualdades, deixamos a alma.

A Humanidade vai vestida com roupas retalhadas ,
se não nadarmos contra a forte corrente que nos quer afogar,
se não aprendermos a desfazer
as correntes que nos aprisionam,
em nome da liberdade que somos
em nome da unidade à qual pertencemos
a humanidade ficará… nua!

sinto com um coração,
Que pulsa sangue vermelho…
sou,
apenas sou,
pó de estrelas
calçada de liberdade
despida de medo
vestida de paixão transparente
um pouco de nada, muito de tudo
sou...de todas as cores,

humana

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